1)Supondo a seguinte situação fictícia: " Uma pessoa que tem uma mediunidade ostensiva e que, sendo pessoa intimamente próxima a nós, sabemos que esta pessoa tem apenas o conhecimento superficial da doutrina e o lado moral deficiente. Esta mesma pessoa recebe mensagens muito bonitas, poesias, textos bonitos de valor intelectual apreciável". Como podemos classificar os espíritos que são fontes destas mensagens levando em consideração o comportamento e a situação do médium? Pode se considerar uma manifestação anímica? Como podemos relacionar situações idênticas com os sutis processos de obsessão citados no texto? Penso que várias situações são possíveis. Citemos três:
- Está em curso um processo de obsessão por fascinação, onde a confiança do médium é ganha gradativamente, até que ele esteja dominado psiquicamente, perdendo a auto-critica (se possuir alguma) e deixando-se enganar pelos espiritos que se comunicam, através de um processo sutil de envolvimento.
- Pode ser uma manifestação anímica (do proprio médium), que esteja escrevendo conscientemente (mais dificil, se ela tem "o lado moral deficiente"), insconscientemente transmitindo algo de sua bagagem intelectual ou inconscientemente projetando o que "gostaria de ser".
- Podem ser espiritos equilibrados, que embora a moral deficiente do médium, buscam alertá-lo diretamente sobre sua conduta moral.
B) Quanto a obsessões sutis: Quais exemplos podemos dar ? Que conseqüências podem levar?
O exemplo típico é o da fascinação, seja nas comunicações mediúnicas, seja na conduta diária, onde as pessoas passam a valorizar pessoas, idéias ou situações (geralmente viciosas) e estão sempre prontas a oferecer um argumento lógico bastante convincente sobre sua conduta. As consequencias naturais são a valorização pessoal extremada, o não suportar críticas ou sugestões, o desvio inconsciente de conduta, a perda da auto-critica, etc.
As obsessões sutis são aquelas que atuam através da nossa vaidade, seja ela moral, intelectual, física, etc. Elas são de difícil detecção. Dificilmente temos coragem de assumir nossas vaidades e, então as sugestões inferiores vão se infiltrando em nossa mente e , sem perceber estamos envolvidos em manias, neuroses, idëias fixas, etc.
As obsessões são classificadas por Kardec em: simples, fascinação e subjugação; mas observando-se verifica-se que ela abrange em todos os setores das atividades humanas. Se a mediunidade é faculdade e encontra-se presente no aspecto físico todo nosso caminhar tem influenciação espiritual, aliás no LE se coloca essa questao de estarmos rodeados de companhias espirituais. Paulo de Tarso tb já informava essa questão da legião de amigos espirituais que nos acompanham. E a decorrência superior ou inferior dessa influenciação no nosso dia-a-dia dependerá de nosso próprio padrao vibratório: se estamos com o o coração sereno , tranquilo estarmos mais propicios a termos companhias espirituais mais elevadas, a ouvir nosso espírito protetor nos aconselhando, etc e tal. Se estamos com o coração turbulento, desequilibrado estaremos sujeitos à influência dos espiritos mais inferiores
C) Qual a posição moral e física do espírito após a morte ?
A pergunta está muito genérica. A resposta genérica é que cada um de nós estaremos na posição moral que nutrimos durante a vida física (ainda que não exteriorizemos tal posição) e fisicamente nosso perispirito refletirá estas condições íntimas.
Devemos nos lembrar que somos Espíritos, embora revestidos do corpo de carne . Não iremos, pois, ser diferentes: melhores ou piores, apenas pelo fato de já não termos mais a roupa carnal. Ao contrário, sem a vestimenta física seremos mais verdadeiros na essência do que somos, das conquistas evolutivas que fizemos e na estagnação espiritual que nos impomos.
Assim, a posição moral (e consequentemente perispiritual) do Espírito após seu desvestir carnal estará correlacionada diretamente à conduta que o espírito manteve durante seu ano escolar terreno.
D) Que devemos esperar das mensagens emitidas por médiuns que comercializam suas aptidões?
Verdades e mentiras totalmente misturadas. Esta conduta (simonia), contra a qual nos alertam todos os espiritos sérios, com o tempo tende a provocar a manifestação de espiritos levianos ou a simulação do fenomeno mediunico, já que este não pode ser produzido ao bel-prazer do médium. Os espíritos levianos não vão mentir sempre (pois precisam da confiança dos consulentes) mas suas comunicações tratarão, obviamente, de assuntos levianos. Os espiritos sérios procurarão dissuadir o médium desta conduta, e caso ele não a modifique, acabarão por se afastar.
O maior perigo, cremos, está relacionado aa mediunidade curadora. Lembremos que o comércio não se restringe aos valores financeiros, mas sobretudo aos ganhos primários e secundários que o médium poderá estar obtendo, indevidamente, pela sua mediunidade. Assim, elogios aos médium, presentes, condecorações, convites para acontecimentos sociais, divulgação na mídia,
contribuições para "obras", etc.. são fatores que surgirão naturalmente na estrada de qualquer médium que se destaque um pouco mais, e constituirão dura prova a ser enfrentada.
Um médium bastante conhecido, em algumas ocosiões recebia envelopes fechados com dinheiro (era perceptivel pelo volume) quando era cumprimentado. Ele colocava no bolso, e ao cumprimentar uma pessoa mais necessitada, tirava o envelope, ainda fechado (portanto, ignorando a quantia), e passava pra frente. Um bom exemplo de médium, não? Inclusive financeiro...:-))))
Sem dúvida a sintonia vai responder pela qualidade dessas mensagens,isto é, espíritos de pouca ou nenhuma evolução se acercarão desse médium porque, os espíritos de luz não contrariariam jamais os ensinamentos de Jesus que ensinou " Dai de graça o que de graça recebeis ". Por isso, a luz não se afiniza com aqueles que mecadejam com seus dons.
Veremos a questão da afinidade: o médium mercantil terá eleito por companhias espirituais as mais compatíveis com seu mercantilismo e, consequentemente, sob este comando inferior exercerá sua mediunidade.
E) Como deve ser o processo de aprendizado para a pessoa que deseja educar a mediunidade?
Estudo, estudo, estudo. Estudar antes de praticar. Saber do que se trata a mediunidade, antes de ser encaminhada para uma reunião mediúnica. A mudança da conduta moral, tão citada, é naturalmente um quesito para todos nós, e não apenas para os estudantes da mediunidade.
Este processo de aprendizado deve ser realizado em um centro sério, amparado por pessoas sérias, conhecedoras da Doutrina espírita e do fenomeno mediúnico.
F) Qual a conseqüência do ato de pura curiosidade em relação aos fenômenos sem o esforço moral e intelectual necessários para a educação da mediunidade?
Torna-se, o curioso, vítima da leviandade. Não há resultado que valha a pena, sem esforço moral e intelectual para ser conquistado.
Diante daqueles que ainda utilizam a curiosidade ou o não esforço moral necessários para desenvolver a mediunidade através de seu bom uso, a consequência será de que atrairá ele a si os Espíritos de mesma natureza: levianos, maus, frívolos e outros ainda estagnados nesta fase mais primitiva do espírito.
Com isto, poder-se-á verificar as diversas formas de obsessão: da mais simples à mais penosa e complicada.
G) A pessoa perde a mediunidade caso permaneça nas zonas inferiores da vida? Se não, o que pode ocorrer com sua faculdades ou o teor delas?
Não necessariamente. A faculdade, infelizmente para o médium, poderá ser usada por espíritos levianos ou inferiores moralmente, em prejuizo do proprio médium ou de outras pessoas.
Como ressalta Alexandre, no texto, as afinidades são leis fatais, e que regulam efetivamente todo intercâmbio espiritual.
Temos que nos lembrar que a faculdade mediúnica independe do moral do médium; o uso dela é que será bom ou mau, conforme a conduta moral ou a qualidade do médium. Assim, entra aqui tb a questão da atração: se o médium se compraz nas áreas inferiores , consequentemente atrairá a si as companhias espirituais de mesma natureza. Da mesma ordem, pois, será o teor de suas
manifestações.
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